Se é verdade que a coisa
até começa bem - cortesia de ANNA e Richie Hawtin - o resto soçobra perante a
falta de inventividade presente em cada uma das remisturas. Mas a culpa é minha,
que estava à espera que um disco de remixes fosse bom. É que há duas formas de
fazer a coisa: ou se mantêm fiéis ao registo original, acrescentando-lhe apenas
uma tarola aqui e um bombo ali (e toda a gente fica feliz porque toda a gente
ganha royalties), ou adoptam a táctica Aphex Twin, cagam no som de base, e
(des?)constroem uma canção do zero (e toda a gente fica feliz porque toda a
gente ganha royalties, mas ao menos passam por ÍNTEGROS).
A culpa é d@s tip@s
que assinam as remisturas, claro, mas também é da própria Grimes, que nunca na
vida deveria ter dado o ok ao lançamento de um álbum "rave" numa altura em que
até aquilo que hoje em dia passa por "rave" (espaços controlados, patrocínios de
grandes marcas, os mesmos DJs a tocarem os mesmos BPMs) está parado porque, bem,
há um vírus chato à solta. Talvez depois da vacina isto soasse menos aborrecido.
Talvez Julian Bracht tivesse conseguido não assassinar a melhor malha de "Miss
Anthropocene". Talvez os Modeselektor tivessem feito algo que não perturbasse o
seu vasto legado de qualidade. Mas parece que nunca o saberemos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário