sábado, 8 de janeiro de 2011

Florence Nightingale



Agora que entrámos verdadeiramente em 2011 já podemos começar a falar de música e de todos os álbuns e concertos absurdamente fantásticos que vamos encontrar ao longo dos próximos meses. A temporada iniciou-se esta noite no Maria Matos com o(s) Nurse With Wound, projecto essencial daquilo que um dia pessoas não-relacionadas com a Lisnave decidiram chamar música industrial. Basicamente: foi daqueles concertos em que quem lá está vai pelo cred.

O motivo era o de sempre: apresentar uma obra ao vivo. Mas não uma obra qualquer. Esta era a apresentação de Soliloquy For Lilith, datado de 1988 e construído a partir de um acidente cuja natureza poderão saber no link para a Wikipedia ali deixado, um pouco como se fosse um disco criado só com theremin, instrumento esse que é a melhor coisa alguma vez saída da Rússia a seguir aos tempos em que as t.A.T.u eram relevantes e lésbicas e de que até o Lenine gostava. O álbum, esse, contém pouco mais de hora e meia de feedback e drone e é altamente aconselhável à malta dos ácidos.

Não foi porém dessa forma que Stapleton (a.k.a. Nurse With Wound e orgulhoso dono de uma cartola) o decidiu mostrar ao grupo de hipsters à minha frente com camisolas de Joy Division e Burzum mundo: acompanhado dos Blind Cave Salamander, que não sei quem são mas um deles é gordo, deu uma nova roupagem aos seis temas que compõem Soliloquy... adicionando um violoncelo e duas guitarras, juntamente com uma coisa que o gordo aforementioned tocava que eu não consegui discernir o que era mas que era o único ponto de interesse do concerto. Porque, sim, numa escala Pitchfork foi um concerto 10/10, super far out e altamente experimentalounderground e mal posso esperar para actualizar o meu last.fm, mas, na chamada escala popular, foi aquilo a que coloquialmente se chama uma seca do caralho. Mas eu já devia ter calculado que projectos de música ambiente ao vivo não são comigo.

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