domingo, 30 de janeiro de 2011

Deus é bom e é drogado



A promessa: stoner puro e duro, riffs a navegar por cima das nossas cabeças e cânticos roubados aos Tibetanos. A premissa: God Is Good, quarto disco dos Om, banda que veio preencher a lacuna aberta pelo fim dos Sleep. A preguiça: noite de Domingo, frio do caralho, no bitches in the premises (porque, lol, o gajedo que interessa não curte metal). Mas lá fomos, quer dizer eu, e foi bom, quer dizer awesome; e, como de costume, doem-me as pernas de fazer 6km ida-volta entre Sta. Apolónia e a ZdB porque sou ideologicamente contra o metropolitano. Mas anyway:

Gabriel Ferrandini é baterista. É um baterista do caraças. Faz coisas à bateria que eu julgava não serem possíveis. É um dínamo vivo, um Bonham se Bonham fosse só mito e não homem, uma descarga imensa de percussão e chinfrineira. É também chato como o caralho. A sério: expliquem-me a ideia por detrás de "tipo sozinho a mandar solos". Eu sou um gajo que ouve e adora coisas bastante estranhas, mas um gajo sozinho a bater uma pívea à bateria não é bem a minha cena. Admito que em disco soe melhor. Deve ser a síndrome Tangerine (se ainda não sabem o que isto é é porque não lêem o blog com atenção. Não vos culpo, though. É só merda aqui).

Depois há os Om. Que também têm um baterista. Mas este, este já faz qualquer coisa. A puta de precisão rítmica aliada à guitarra ganzada do Al Cisneros e à... pandeireta do Rob Lowe é assim uma espécie de qualquer coisa. Os cerca de duzentos ou talvez mais, não sei contar, de headbangers que encheram o Aquário sabem bem do que falo. E se a princípio as quebras constantes entre canções para afinações davam cabo da vibe, foi nos últimos dois temas (não sei quais foram, sou um hipster, não decoro o raio dos nomes das faixas mas tinha uma onda meio Pink Floyd circa Set The Controls For The Heart Of The Sun) que tudo nos apareceu tão belo quanto uma alucinação e tão pesado quanto um tubarão grávido. Estou desapontado é com a trupe de negro: ninguém levou ganza, meninos de merda?

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