domingo, 17 de janeiro de 2010

Parvo És Tu Se Não Ouves Esta Merda



De vez em quando surgem-nos bandas sobre as quais pensamos "foda-se, onde estiveram vocês durante toda a minha vida?". Os Paavoharju (lol, Finlândia) são uma dessas bandas: algures entre a electrónica Boards-of-Canadiana e a psicadelia solarenga dos Beach Boys (ou, se quisermos ser hipsters e modernos, soam mais a Animal Collective), e com o mesmo espírito no que toca à língua materna que colocou os Rammstein no topo do mundo, este grupo de (supostamente) cristãos ascéticos (mas não é a música um prazer mundano?) canta uma pop cheia de sonhos reverberados, samples de ondas e lua cheia, imagens de neve litúrgica semeando os campos (bem, é possível ser mais pretensioso que isto? Contacta-me Pitchfork). O resultado? Dois discos de qualidade inegável (e invejável) que farão muito boa gente mudar de ideias em relação à Finlândia (metaleiros).

Yhä Hämärää (2005) e Laulu Laakson Kukista (2008) formam o output da banda, e em ambos se encontram as mesmas melodias suaves, experimentalismo folk, uma certa nostalgia sonora da infância, quando é tudo tão bonito que só nos resta sorrir. Acredito que também as letras sejam muito bonitas, mas lá está, Valo Tihkuu Kaiken Läpi parece-me mais um insulto a um tipo chato do que um poema sobre a luz. Ainda assim, nada que impeça a apreciação de alguém. Bem, eu pelo menos apaixonei-me à primeira audição. Hence this post.

Estarão cá, no Festival Músicas do Mundo, em Sines, no próximo verão. Vejam bem: até podem ir ver e contar aos amigos que são muito eruditos musicalmente, até já gostam de "música do mundo". E toda a gente olhará de boca aberta: "uau". E criarão blogues. O mundo precisa de blogues.

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