segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O suicídio não é para meninos



Estranhamente, o nome da banda em si nunca atraiu fãs do Emo moderno e da maquilhagem do Gerard Way - graças a Deus; não que eu me queira armar em idiota e achar que a banda se estraga se putos de quinze anos a começarem a ouvir (lol, as if), mas é preciso mais que uma remessa de clerasil e poemas mal escritos sobre como é horrível sofrer de amor para apreciar verdadeiramente (ai que hipster que eu sou) aquela que é uma das bandas mais filhas-da-puta da história: um sintetizador, uma drum-machine, e a explosão '77 por detrás; eis os Suicide, a banda punk que os punks detestavam.

Trinta anos depois, a América continua a matar a sua juventude, os veteranos de guerra continuam a matar as suas famílias, e o Che Guevara continua a fumar o seu charuto cubano - e os Suicide continuam a soar tão bem como se o electroclash nunca tivesse vindo para as pistas e os abdominais do Iggy Pop nunca tivessem sido sempre tão bem torneados e gay-inducing. Metam o LP
com o mesmo nome a berrar no gira-discos (ou, se não forem imbecis como eu fui que dei 15€ por ele na Fnac saquem-no por aí) e vejam se ao primeiro sinal de percussão não se conseguem imaginar naquele clube, àquela hora, a esmurrar a cara de alguém num frenesim de violência (eish), porque o futuro não existe, o mundo é agora, as minhas botas de couro são fantásticas e já não me lembro quem são os Silver Apples. São trinta e um minutos, diz a wikipedia, mas é mentira: o riff da Ghost Rider perdura tanto tempo quanto o vosso passeio nocturno a par do cheiro a mijo das ruas da cidade.

Igualmente, se forem pertencentes a essa estirpe de néscios a que vulgarmente se chama metaleiro e/ou acham que música sem guitarras não é música, dêem uma chance ao disco. Não sei se se vão arrepender ou não, mas ao menos ganham consciência de que a vossa testosterona não chega aos calcanhares dos gritos do Alan Vega:

Somos todos Frankies, estamos todos no inferno.

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