segunda-feira, 28 de junho de 2010

The Summer Of Our Rented Mercedes: CoolJazzFest



Se há festival que dá credibilidade V.I.P. a quem assiste, é este. Verdade que longe vão os tempos em que Cascais albergava concertos dos Can e de Miles Davis, mas note-se: uns acabaram, o outro morreu. Não que os nomes que lhes sucedem sejam piores de alguma forma - por exemplo e logo a abrir, a 1 de Julho, o concerto mais que esperado de Regina Spektor, que é também aquele com maior sexhipster-appeal. Bilhetes já esgotados para ouvir a voz e o piano da senhora.

Segue-se-lhe Chris Isaak, a.k.a. o tipo que canta aquela música buéda fixe THE WORLD IS ON FIIIRE NOTHING COULD SAVE BUT YOUUU. Mas é uma boa música. É uma grande música. É uma música nostálgica, das viagens de verão até aos lugares mais populosos do Algarve ou do Norte do país porque os papás só tinham uma única cassete em que o sr. Isaak surgia entre Michael Jackson e Milli Vanilli. Que belos tempos :'). A cinco de Julho.

13 de Julho; se a Oxigénio é música para respirar, Norah Jones é música para ignorar. Secas e aborrecidas, as canções da senhora vão com certeza levar a Cascais imensos fãs da rádio e tias que querem discutir o concerto com as amigas depois de uma sessão de cristaloterapia e Paulo Coelho. A evitar como o diabo da cruz para que não percamos a sanidade.

17 e 20 de Julho elevam a cena portuguesa, com actuações de António Pinho Vargas/Laurent Filipe/Groove4tet e da coqueluche do nacional-cançonetismo, os Deolinda do Movimento Perpétuo. Não me interpretem mal: até é giro. Mas cansa rapidamente. Para estranja ver.

22 de Julho seria o dia em que levaria a minha mãe, não fosse o facto de 1) ser um teenager bué rebelde e 2) ter o mínimo de gosto. Maria Bethânia. Bethâaaaania. Só o nome faz comichão nas narinas. Outro concerto para senhoras na menopausa.

Omara Portuondo a 23, Corinne Bailey Rae (guilty pleasure) a 24, Diana Krall a 25: tudo mulheres bonitas, tudo mulheres com voz. Com atenção especial para Omara, acompanhada da Orquestra (*gasp*) Buena Vista Social Club. Copo com rum e gelo numa mão, charuto cubano no outro: os comunistas estão certos, Cuba é awesome. Tenho um ódiozinho pela miss Krall - os discos dela não vendem e ocupam-me espaço na loja. Dass.

E finalmente (festival mais longo de sempre, hein?) dias 27, 28 e 29: Club des Beluges, Elvis Costello (óculos-de-massa-tástico) e Solomon Burke + Joss Stone; também conhecidos pelos três dias em que os homens não irão ter vergonha de dar um pulo a Cascais. Atenção maior para Costello. É bom e gosta de Suicide. Amor eterno.

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