Isto já foi dito inúmeras vezes: a internet veio acabar com o monopólio da música. Disseminou-a. Não existe um artista que fale pela geração inteira, como os Beatles ou os Nirvana (há quem diga que a Lady Gaga anda lá perto, mas foda-se). E de toda a parte ouvem-se vozes contra, nas revistas de ocasião lê-se que esta década foi miserável, hipsters dos quatro cantos pululam de cena em cena à procura da nova coisa fixe.
Mas desde quando é que isto é uma coisa má?
Hoje temos acesso às bandas de psych-rock mais recônditas do Cambodja. O nosso vizinho de cima tornou-se uma sensação no youtube. O vinil voltou à vida, qual zombie. Para quem gosta ou diz gostar de música, não devia haver nada mais do que a excitação, a alegria de novas descobertas. Uma era em que a palavra "alternativa" quer dizer realmente alguma coisa e não apenas caracterizar os Sonic Youth. E, neste critério de que tudo existe e está aqui ao nosso lado, há que dar mérito às bandas que superam expectativas. A par dos Arcade Fire, os LCD Soundsystem são talvez a banda que mais marcou a década e definiu a nova tendência electrónica: a nostalgia pelo disco-sound e pelo funk, a certeza de que o rock não dista tanto do techno como se possa pensar.
O novo álbum é também o último. Poder-se-à falar do fim de um ciclo? Podemos dizer que nada será como dantes, visto que "nada é como dantes" desde que o Napster fechou portas? Só o futuro e a Pitchfork o saberão. Para já, há que ouvir a despedida solene de You Wanted A Hit, a contagiante Pow Pow e
Nenhum comentário:
Postar um comentário